14h19. Saída de Aveiro, num comboio urbano.
Primeiro destino: Estação de S. Bento, Porto.
Mochila às costas (nas costas das costas?)
Mochila frente ao peito
Saco na mão:
Casa às costas, rente ao peito
E casa à e na mão.
Com pronúncia do norte, do outro lado da linha (telefónica), uma voz feminina garante-me que, à noite, haverá certamente vaga no parque de campismo de Mirandela (a dois, três kms da Estação Ferroviária).
Informações cedidas pela CP: deverei chegar a Mirandela pelas 21h22m.
Lanche:
Num banco verde da Estação «de Espera» São Bento,
Uma sandes.
Pão, rodelas de presunto e... Ruffles de presunto.
Recuo até Campanhã.
17h15
Deixo Campanhã.
Parto num comboio arcaico, anacrónico.
Temperaturas elevadas no interior.
O som do comboio:
Cerro os olhos e imagino-me numa embarcação, a atravessar um qualquer rio.
E parece que o Douro é já ali.
(Afinal ainda não)
Uma cefaleia
Ou
Simplesmente o sono que, eternamente,
Me acompanha
Ou
Me persegue?
Xisto à vista, em muros
Eucaliptos chegam antes às alturas
Do que este comboio a Tua
Afinal, o «namedropping» também se passeia por aqui.
Há t-shirts que exibem inventários de géneros musicais.
Melomania?
Tento ser discreto.
Consigo ler «reggae, hardcore, pop, disco, soul, flamenco, lambada».
Esvaiu-se, a t-shirt
Seguiu para outro vagão.
Milho, em abundância, ao sol
Espigas ainda enclausuradas
Em celas de cor verde.
A TV Cabo, ao fim e ao cabo,
Vai a quase todo o lado
A um algures
Quase nenhures.
23.2.08
Oh, não! Mais um blog inútil sobre viagens...
Eis que alguém decide, em Fevereiro de 2008, fazer uso do tão precioso direito de liberdade de expressão, criando mais um blog – lixo prolixo, a maior praga do século XXI, mais maléfica do que as ratazanas que sobrepovoam e «subpovoam» Nova Iorque - onde depositar relatos inanes das suas viagens pelo país-natal, vivências e não-vivências pela estrada fora. Coisa de gente desocupada, desinformada, atrofiada, egocêntrica e inútil, diria.
Ainda se admite, no seu tempo, pré-globalizado, a pertinência de «A Peregrinação», de Fernão Mendes Pinto, ou mesmo, mais de três séculos mais tarde, de «On The Road», de Jack Kerouac. Mas reparem: estamos a falar de um acto anacrónico, desajustado, num Portugal cultural que todos os portugueses têm na ponta da língua. É certo e sabido que todo o cidadão português já percorreu o seu país, conhece a sua geografia e é doutorado em Etnografia Portuguesa. Escrever num blog sobre isso é desconsiderar-se e ao seu povo. Um escarro na cara de Portugal.
Urge desmantelar, portanto, esta rede de «bloguistas» que não têm nada mais que fazer do que desperdiçar tempo – uma espécie rara – com palavras inócuas, pseudo-poesia e «pseudo-jornalismo». Comecemos por apagar os seguintes registos postados.
Ainda se admite, no seu tempo, pré-globalizado, a pertinência de «A Peregrinação», de Fernão Mendes Pinto, ou mesmo, mais de três séculos mais tarde, de «On The Road», de Jack Kerouac. Mas reparem: estamos a falar de um acto anacrónico, desajustado, num Portugal cultural que todos os portugueses têm na ponta da língua. É certo e sabido que todo o cidadão português já percorreu o seu país, conhece a sua geografia e é doutorado em Etnografia Portuguesa. Escrever num blog sobre isso é desconsiderar-se e ao seu povo. Um escarro na cara de Portugal.
Urge desmantelar, portanto, esta rede de «bloguistas» que não têm nada mais que fazer do que desperdiçar tempo – uma espécie rara – com palavras inócuas, pseudo-poesia e «pseudo-jornalismo». Comecemos por apagar os seguintes registos postados.
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