23.2.08

08.08.2007 [Palhaça - Mirandela, pt. 1]

14h19. Saída de Aveiro, num comboio urbano.
Primeiro destino: Estação de S. Bento, Porto.

Mochila às costas (nas costas das costas?)
Mochila frente ao peito
Saco na mão:
Casa às costas, rente ao peito
E casa à e na mão.

Com pronúncia do norte, do outro lado da linha (telefónica), uma voz feminina garante-me que, à noite, haverá certamente vaga no parque de campismo de Mirandela (a dois, três kms da Estação Ferroviária).

Informações cedidas pela CP: deverei chegar a Mirandela pelas 21h22m.

Lanche:
Num banco verde da Estação «de Espera» São Bento,
Uma sandes.
Pão, rodelas de presunto e... Ruffles de presunto.

Recuo até Campanhã.

17h15
Deixo Campanhã.
Parto num comboio arcaico, anacrónico.
Temperaturas elevadas no interior.

O som do comboio:
Cerro os olhos e imagino-me numa embarcação, a atravessar um qualquer rio.
E parece que o Douro é já ali.
(Afinal ainda não)

Uma cefaleia
Ou
Simplesmente o sono que, eternamente,
Me acompanha
Ou
Me persegue?

Xisto à vista, em muros
Eucaliptos chegam antes às alturas
Do que este comboio a Tua

Afinal, o «namedropping» também se passeia por aqui.
Há t-shirts que exibem inventários de géneros musicais.
Melomania?

Tento ser discreto.
Consigo ler «reggae, hardcore, pop, disco, soul, flamenco, lambada».

Esvaiu-se, a t-shirt
Seguiu para outro vagão.

Milho, em abundância, ao sol
Espigas ainda enclausuradas
Em celas de cor verde.

A TV Cabo, ao fim e ao cabo,
Vai a quase todo o lado
A um algures
Quase nenhures.

Sem comentários: